Transplante – o que precisamos saber

O transplante consiste na troca de um órgão ou de algum tecido normal, do corpo de um doador para um receptor doente. Pode ser coração, pulmão, rim, pâncreas, fígado, medula óssea, ossos e córneas. O doador pode ser vivo ou morto.
A decisão de ser doador, embora expressa verbalmente ou mesmo escrita, para ser efetivada necessita que a família assuma a decisão final, conforme a legislação em vigor. No caso de doador vivo, é necessário ser maior de idade para pode doar órgãos aos familiares, caso o receptor não seja parente será exigida autorização judicial prévia.
Os doadores vivos podem oferecer: um dos rins, parte do fígado, parte da medula e parte dos pulmões. Para que o doador vivo possa de fato oferecer órgãos ou tecidos é preciso passar por avaliação médica para afastar a possibilidade de ser portador de alguma doença. Testes específicos são realizados para averiguar a compatibilidade sanguínea e também para selecionar o doador que apresenta maior chance do procedimento ter sucesso.
Do doador com morte cerebral, assim chamado quando o quadro é considerado irreversível, podem ser retirados: rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino. Os tecidos que podem beneficiar mais de um receptor são córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, veias e artérias. As principais causas de morte encefálica são: traumatismo crânio encefálico; acidente vascular cerebral (hemorrágico ou isquêmico); anóxica e tumor cerebral primário.
A Central de Transplantes do Estado através do seu registro de lista de espera seleciona o receptor compatível e faz o encaminhamento para agilizar o processo de transplante. A fila para transplantes é única, o atendimento é por ordem de chegada, critérios técnicos, geográficos e de urgência.
Embora o Brasil esteja entre os países que mais realizam transplantes de órgãos e tecidos, conforme dados do Sistema Nacional de Transplantes, a fila de espera chega a 70.000 pessoas. A taxa de doação é de 8,6 a cada milhão de habitantes brasileiros, nos Estados Unidos é 21,8 por ano, enquanto na Espanha este número chega a 33,6.
A negativa familiar é o principal motivo para que um órgão não seja doado no Brasil. De todas as mortes encefálicas e que, portanto, os órgãos poderiam ser transferidos para pacientes, pouco mais da metade se transforma em doação. A principal causa de recusa de doação de órgãos é a falta de conhecimento sobre irreversibilidade da morte encefálica.
O SUS financia integralmente o procedimento, desde os exames para a entrada em lista de espera até a medicação contra a rejeição do órgão, cirurgias, internações e acompanhamento pós-transplante por toda a vida do paciente.
Que doentes podem se beneficiar com um transplante?
  •  CORAÇÃO – portadores de cardiomiopatia grave de diferentes etiologias
  •  PULMÃO- portadores de doenças pulmonares crônicas por fibrose ou enfisema;
  •  FÍGADO – portadores de cirrose hepática por hepatite, álcool ou outras causas;
  •  RIM – portadores de insuficiência renal crônica
  •  PÂNCREAS- diabéticos que tomam insulina (diabetes tipoI)
  •  CÓRNEAS- portadores de ceratocone, ceratopatia bolhosa, infecção ou trauma de córnea;
  •  MEDULA ÓSSEA – portadores de leucemia, linfoma e aplasia de medula;
  •  OSSO- pacientes com perda óssea por certos tumores ósseos ou trauma
  •  PELE pacientes com grandes queimaduras.
O ato de doar parte do corpo é o maior exemplo de desapego, expressa o amor incondicional em benefício do próximo. Espera-se que com avançar do conhecimento sobre a doação de órgãos, o entendimento de como funciona e o número de doentes que podem ser beneficiados, as decisões das pessoas possam mudar pois, atualmente, o grande obstáculo parece ser o conhecimento insuficiente do público em geral sobre a doação e transplante de órgãos.

O ato de doar os órgãos pode mudar uma história, como a de Cadu na novela “Em família”.
Vale a pena conferir a cena onde a arte imita a vida e a vida pode imitar a arte:
Fonte:
Vídeo –  http://www.abto.org.br/abtov03/default.aspx?c=1055
http://www.abto.org.br/abtov03/default.aspx?c=1063
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302003000100001
http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=1297:reportagens-materias&Itemid=39