Exercício físico e perda de peso qual melhor forma mais efetiva?

A cada minuto de esforço você vai gastar mais energia e, portanto, queimar mais calorias. Se fizer exercício intenso em vez de moderado, correr ao invés de caminhar será melhor para gastar calorias e, esta é uma informação de senso comum. O que agora esta sendo investigado é a hipótese que exercício intenso feito de forma intervalada, ao contrário do exercício leve ou moderado e contínuo pode resultar em menor ingesta de calorias posteriormente, o que facilitaria a redução de peso.
Interessante estudo foi publicado em março último, pelo International Journal of Obesity, realizado para avaliar os efeito do exercício na percepções do apetite em homens sedentários e com excesso de peso. A perguntar foi qual o efeito do exercício intermite e de alta intensidade sobre o consumo de calorias, considerando também a percepção do apetite, bem como a liberação de hormônios com ele relacionados, em homens sedentários, com excesso de peso.
Foram selecionados dezessete homens com excesso de peso (índice de massa corporal: 27,7 ; VO2 pico: 39,2 ± 4,8 ml kg (-1) min.
As pessoas foram randomizadas para os seguintes grupos: grupo controle que não fez esforço; grupo que se exercitou por 30 minutos de forma contínua e com intensidade moderada (60% VO2 max.); grupo que realizou exercícios de alta intensidade e de forma intermitente (alternando 1min a 100% VO2 max e 4 min. a 50% VO2 max), por 30 minutos e um ultimo grupo cujos participantes realizaram exercícios de muito alta intensidade, também de forma intermitente (alternando 15 segundos a 170% VO (2pico) e 1min a 32% VO2 max.), durante os mesmos 30 minutos.
Os participantes consumiram uma refeição calórica padrão, logo após o exercício, inclusive os que estavam em repouso e outra 70 minutos depois, quando foram oferecidos alimentos para serem ingeridos à vontade.
Observou-se que nos grupos que fizeram exercícios de forma intensa e intermitente a ingesta calórica foi menor que no grupo que permaneceu em repouso e também foi menor do que no grupo que fez exercício de forma moderada e continua. Nas 38 horas subsequentes, livres para se alimentarem como desejassem, o consumo de energia permaneceu menor no grupo de se exercitou de forma intensa e intermitente quando comparado aos que não realizaram qualquer exercício e da mesma forma, menor também em relação aos que fizeram exercício de forma moderada e contínua. Estas observações foram associados com menor grelina ativa (P ≤ 0,050), maior de lactato no sangue (P ≤ 0,014) e maior glicemia (P ≤ 0,020), após exercício intenso e intermitente na comparação entre a totalidade dos outros grupos.
Apesar de maior freqüência cardíaca, a percepção do esforço não diferiu entre os que fizeram exercício de forma continua dos que realizaram intermitente (P ≤ 0,004), as classificações de prazer da atividade física foram similares entre todos os grupos (P = 0,593). Não foram encontradas diferenças na percepção do apetite entre todos os grupos.
Este estudo concluiu que em homens com excesso de peso e sedentários, o exercício intermitente e de intensidade alta diminui a ingestão posterior de energia. Esta forma de exercício foi considerado bem tolerado numa população com excesso de peso e parece não alterar a percepção do apetite.
Estudos como este vão, aos poucos, sedimentando um caminho na direção de maior efetividade e maior segurança para a realização da atividade física. Para aqueles que não apresentam contraindicações para realizar exercícios mais intensos talvez esta ideia possa ser considerada e mesmo testada, se houver necessidade de reduzir o peso.
Fonte: Int J Obes (Lond). 2014 Mar;38(3):417-22. doi: 10.1038/ijo.2013.102. Epub 2013 Jun 4. – http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23835594