Para perder peso e reduzir o risco cardiovascular, a diminuição na quantidade de carboidratos foi uma estratégia mais eficaz do que limitar a ingestão de gordura, é o que diz estudo recente, publicado no Annals of Internal Medicine, em 02 de setembro último.
Neste estudo, realizado pela Dra Lydia Bazzano, MD, PhD, da Universidade de Tulane, em Nova Orleans, indivíduos em se submeteram a uma dieta com baixa quantidade de carboidratos perderam ao final de 12 meses 5,3 quilos comparados com os que ingeriram uma dieta de baixa quantidade de gorduras, os quais perderam 1,8 quilos, no mesmo período. Embora ambas as dietas fossem com valor calórico semelhante houve uma diferença média de 3,5 quilos para menos no grupo com restrição de carboidratos (p =0,002),
A mesma dieta com baixa quantidade de carboidratos, também levou a aumentos significativamente maiores no colesterol HDL, com uma diferença média de 7 mg / dL (p<0,001), juntamente com uma maior diminuição na proporção do total de colesterol HDL, com uma diferença média de -0,44 (p=0,002), relataram os pesquisadores.
Estudos anteriores sobre dietas pobres em carboidratos e risco cardiovascular tiveram resultados conflitantes e foram limitados pela falta de diversidade da população e principalmente a inclusão de pacientes com a síndrome metabólica ou diabetes. Para avaliar o efeito da dieta na população mais ampla, Bazzano e colegas avaliaram 148 indivíduos com idade média de 47 anos e com média de índice de massa corporal de 35 kg / m2, mais de 85% eram mulheres, e metade eram negros.
No início do estudo, nenhum tinha doença cardiovascular (DCV), doença renal ou diabetes, e eles não foram autorizados a tomar medicamentos para perda de peso prescrição.
Metade foram distribuídos aleatoriamente para uma dieta de carboidratos limitando a menos de 40 gramas por dia, e os outros a uma dieta na qual menos de 30% do consumo de energia foi sob a forma de gorduras e 55% foi a partir de carboidratos.
Ao longo do estudo, a atividade física e ingestão caloria foi semelhante nos dois grupos, o conteúdo calórico médio de 12 meses das dietas de baixo carboidrato e baixo teor de gordura foi 1.448 e 1.527 calorias, respectivamente.
Numerosos parâmetros apresentaram maiores benefícios para a dieta com baixa quantidade de carboidratos. A diferença média na redução da massa gorda em 12 meses foi de 1,5% (P= 0,011), e a diferença média no aumento da massa magra foi de 1,7% (p= 0,003).
Os níveis de triglicerídeos caíram em ambos os grupos, mas mais ainda no grupo de baixo teor de carboidratos, com uma diferença média de 14,1 mg / dL (p= 0,038).
“A grande preocupação que tem sido frequentemente levantada sobre dietas de baixo teor de carboidrato é o seu potencial para elevar os níveis de colesterol LDL, um fator de risco estabelecido para DCV”, ressaltam os pesquisadores. No entanto, no presente estudo, os dois grupos apresentaram reduções nos níveis de colesterol de LDL que não diferem significativamente.
Níveis de proteína C-reativa também diminuiu mais no grupo de baixo carboidrato, mas os níveis de glicose e pressão arterial não mostraram reduções significativas em ambos os grupos.
Finalmente, na avaliação de risco para doença coronariana, em 12 meses, o grupo de baixo teor de carboidratos obteve uma diferença média, para menos, de 1,4% (p<0,001), considerando a tabela de escore de risco de Framingham.
Conforme o Dr William E. Downey, MD, diretor de cardiologia intervencionista e presidente da força-tarefa de prevenção secundária, Carolinas HealthCare sistema em Charlotte “por muitos anos se aplicou dieta com redução de carboidrato, na atualidade, tem sido uma grande preocupação as dietas ricas em gordura, bastante difundidas, mas sem adequada avaliação das questões referentes aos impactos cardiovasculares”
“A restrição de carboidratos pode ser uma opção para as pessoas que procuram perder peso e reduzir os fatores de risco cardiovascular e deve ser considerado” concluíram.
Fonte:
Nancy Walsh, MedPage Today.
Annals of Internal Medicine, 02 de setembro 2014.
