A dieta mediterrânea é milagrosa, consegue satisfazer chefs e nutricionistas. Baseada no consumo de vegetais, frutas, nozes e grãos, seus alhos e ervas, temperos, azeites, além de um bom vinho, oferece muita inspiração para qualquer gastrônomo. Na ciência há evidências fortes apontando benefícios para a saúde, sabe-se que a dieta reduz o colesterol ruim, pode reduzir drasticamente o risco de doença cardíaca e, existem novas evidências que poderia melhorar as funções cerebrais conforme envelhecemos, entre outros benefícios.
A nutricionista americana Ellie Krieger questiona se as circunstâncias relacionadas aos momentos que as pessoas dedicam para se alimentar poderiam impactar na saúde no longo prazo. Em viagem pela Itália, Franca e Espanha observou que os atributos da dieta mediterrânea podem ir além do que é tradicionalmente consumido. O estilo de vida em torno de comer “em estilo mediterrâneo” parece ser tão valioso quanto o próprio alimento.
A boa comida como prioridade: na Itália, por exemplo, a alimentação é fundamental para a vida de todos. É normal se preocupem profundamente com alimentos. “Qualidade e bom gosto são princípios fundamentais, um alto padrão na Itália e em todo o Mediterrâneo” disse a nutricionista. Há um grande respeito pelo ofício da produção de alimentos e, embora os pratos sejam muitas vezes de preparo simples, os ingredientes são valorizados e não se permite improvisação que possa comprometer a qualidade do resultado. Uma excelente premissa é evitar alimentos de baixa qualidade, alimentos processados que são muitas vezes carregados de aditivos insalubres, sódio e açúcar, dar preferência por ingredientes de primeira qualidade, servido perto de sua fonte e preparados de forma simples.
Optar por produtos sazonais resulta em excelentes ingredientes. Frutas e legumes são mais saborosos no auge da sua temporada. Esta abordagem oferece multiplicidade, oferecendo uma variedade de diferentes sabores e nutrientes ao longo do ano, o que significa comer mais os produtos locais.
Observa-se também, que no Mediterrâneo uma refeição geralmente é extensa, pois, precisa tempo para ser saboreada. Não penas a comida esta sendo valorizada, mas também os rituais e o prazer de comer com amigos e familiares. É um somatório, não apenas um alimento delicioso, mas também uma boa pausa, permitindo que as pessoas tenham tempo de se conectar verdadeiramente com o outro e observar a vida ao redor, melhor ainda se for ao ar livre.
A maioria das pessoas não tem nenhuma possibilidade de fazer um almoço de duas horas em um dia de trabalho regular, mas pode sentar, desligar o telefone e relaxar. Apreciar a comida é comer mais conscientemente, o que pode ajudar a consumir menos e desfrutar mais, e comer juntos promove relacionamentos mais fortes.
Ao decidir o que comer, ter consciência da qualidade do que esta sendo ingerido é fazer com que andem de mãos dadas o prazer de saborear a comida e a saúde no longo prazo, podendo este ser um caminho para evitar excessos e ajudar a manter-se bem. Considere como alimentos faz você se sentir.
Fonte: Ellie Krieger, bacharel em nutrição pela Cornell University e mestre em nutrição pela Columbia University https://www.washingtonpost.com/people/ellie-krieger/