O relógio biológico e o impacto sobre o desempenho no exercício e no trabalho

Conforme o chamado “relógio biológico”, ou seja o ritmo circadiano o desempenho de cada um poderá variar de forma significativa, tanto para atividades esportivas quanto provavelmente nas demais atividades da vida diária.
Estas variações biológicas vão desde a temperatura corporal, sono e vigília, como oscilações hormonais. A luz solar e outros sinais do tempo ajudam a definir os ciclos circadianos de modo que eles são consistentes no dia a dia. Para a maioria das pessoas, o comprimento de um ciclo completo dura aproximadamente 24 horas.
De uma maneira geral o sistema circadiano individual parece estar geneticamente determinado. As mudanças relacionadas à idade parecem também afetar este ritmo natural, da mesma forma que os conflitos cotidianos entre as necessidades corporais de sono e as demandas que a sociedade e os compromissos impõem.
Estudo recente publicado no Current Biology avaliou o desempenho de atletas com perfis diferentes “matutinos” ou “vespertinos” ou intermediários, estratificados, portanto, pelo ritmo circadiano. O estudo buscou identificar diferenças resultantes das disparidades entre seus relógios biológicos e as diferentes formas que cada um responde, partindo da premissa que os estímulos externos, como luminosidade ambiental, ciclos claros e ciclos escuros, e demais imposições de atores sociais, modificam a condição física.
Os dados deste estudo sugerem que a grande maioria dos atletas de elite está nos dois primeiros grupos sendo raros os “corujas” entre eles, considera-se que a diferença no desempenho pode ser superior a 20%.
Despertar em diferentes horas conforme as necessidades biológicas foi o fator que impactou de forma mais importante no desempenho físico durante as competições as quais os atletas foram submetidos.
Sabendo que uma variação de 1% no desempenho do atleta pode fazer a diferença entre ficar em primeiro lugar ou em quarto lugar numa corrida de 100 metros e ganhar o ouro nas Olimpíadas, pode-se imaginar o impacto desta informação, conforme diz o Dr Roland Brandstaetter, professor da Universidade de Birmingham, co-autor deste estudo.
Acredita-se que estes resultados podem ser aplicáveis a para população em geral, impactando no desempenho pessoal no trabalho, nos estudos e demais atividades conforme o relógio biológico de cada um. Sempre que possível o respeito por estas características individuais irá resultar em tarefas executadas com maior eficiência e em melhor qualidade de vida .
Fonte:
Elise Facer-Childs;Roland Brandstaetter.The Impact of Circadian Phenotype and Time since Awakening on Diurnal Performance in Athletes. http://dx.doi.org/10.1016/j.cub.2014.12.036