As causas cardiovasculares de morte súbita em jovens atletas têm sido bem documentadas. Estas mortes ocorrem em ambos os sexos (embora mais comumente nos homens, por 9: 1); em uma ampla gama de esportes individuais e coletivos. Nos Estados Unidos, entre pessoas de 35 anos de idade, as doenças genéticas são predominantes, dentre elas a cardiomiopatia hipertrófica é a mais comum, sendo responsável por, pelo menos, um terço da mortalidade. Outras doenças menos comuns, cada uma é responsável por aproximadamente 5% dessas mortes súbitas, incluindo miocardite, estenose da valva aórtica, dissecção ou ruptura aórtica (incluindo os casos de Síndrome de Marfan), doença arterial coronária aterosclerótica, displasia arritmogênica do ventrículo direito e outras miocardiopatias. Além disso, concussão cardíaca (ou seja, a morte súbita causada por golpes contundentes, não penetrante de tórax, associado com corações estruturalmente normais) é mais comum como causa de morte súbita em atletas jovens sem doença cardiovascular estrutural.
Na maioria dos atletas, a morte súbita ocorre por fibrilação ventricular, com exceção da dilatação da aorta que leva a dissecção e ruptura. Para os atletas mais velhos (> 35 anos de idade), doença arterial coronariana aterosclerótica é a causa predominante de morte súbita, mas pode ocorrer com menos freqüência em participantes mais jovens.
Os jovens com anomalias cardiovasculares que participam de esportes competitivos quando expostos a condições ambientais extremas e imprevisíveis que resultam em alterações no volume sanguíneo, hidratação, e eletrólitos ficam expostos a um risco maior com o, por exemplo, a ocorrência de arritmias potencialmente letais e morte súbita. Para muitos atletas é necessário manter um treinamento mais moderado e parar de competir para reduzir o risco para morte súbita ou progressão da doença.
É importante reconhecer que a prioridade é a proteção da saúde do atleta, evitando quaisquer riscos excessivos durante a competição. Não deve ser fator decisivo nas recomendações de elegibilidade o nível de importância que o atleta pessoalmente atribui ao envolvimento em esportes competitivos, a decisão precisa ser técnica envolvendo potencial risco.
O exercício, dependendo da modalidade, pode ser predominantemente dinâmico, o que leva a uma carga de volume ao coração, ou predominantemente estático, provocando uma sobrecarga de pressão. Praticamente todos os esportes exigem uma combinação de ambos os tipos de esforço, quando tanto uma forma quanto a outra são elevados, tais como no remo, o aumento da pressão arterial pode ser dramático, e a adaptação cardíaca está entre o mais proeminente de todos os esportesAos médicos cabe reconhecer que a elegibilidade médica numa situação em geral complexa, pois, envolve reconhecer os riscos potenciais e responder legalmente por esta recomendação. Portanto, não é sensato a ser influenciado pelo desejo do atleta (com anomalia cardiovascular) disposto a assumir riscos para participar de um esporte, nem por vontade pessoal ou por interesses de terceiros. A preocupação primordial será sempre saúde e segurança do atleta.
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