A relevância de medir a pressão arterial nas crianças e adultos jovens

Estudo publicado no JACC em 30 de junho de 2015, relaciona a elevação da pressão arterial no adulto jovem à maior risco de comprometimento da função cardíaca diastólica com o envelhecimento.
O estudo investigou 5.100 indivíduos entre 1985 e 1986, que apresentavam pressão arterial elevada, documentadas através de medidas sistemáticas da pressão arterial. Este controle foi feito desde início da idade adulta (18 a 30 anos de idade) até a meia-idade (43 a 55 anos).
A hipótese avaliada foi que a elevação cumulativa da pressão arterial, ao longo dos anos, comprometeria a função miocárdica, predispondo à insuficiência cardíaca na velhice.
Entre 2.479 participantes, a elevação da pressão arterial não parecia estar relacionada a redução da fração da ejeção do ventrículo esquerdo, portanto, não estava comprometendo a função sistólica. Entretanto, a função diastólica foi afetada pois, houve redução da taxa da deformação longitudinal do ventrículo, levando a uma disfunção.
A disfunção diastólica leva ao desenvolvimento de insuficiência cardíaca com fração de ejeção normal. É uma nova epidemia que acomete pacientes idosos e hipertensos e, atualmente, representa mais de 50% das internações por insuficiência cardíaca.
Dentre os sintomas mencionados a dispneia de esforço é uma queixa importante, com o consequente comprometimento da capacidade funcional. O edema dos membros inferiores é um achado comum, assim como queixas digestivas, aumento do fígado e ascite, dependendo do estágio da doença.
Estas alterações são bastante limitantes, comprometendo a qualidade de vida e, não infrequentemente, os recursos terapêuticos são menores que os já conhecidos e utilizados para a insuficiência que acomete a função sistólica.
A elevação da pressão arterial, em geral transcorre de forma assintomática e, os jovens, na sua grande maioria, não se preocupam em fazer controle dos níveis pressóricos, passando anos sem efetuar qualquer medida, estes dois fatores contribuem para aumentar os risco de grandes problemas no futuro, comprometendo significativamente a qualidade e a expectativa de vida.
Fonte: Am Coll Cardiol. 2015;65(25):2679-2687. doi:10.1016/j.jacc.2015.04.042